Tokarski recua e PT caminha para fechar com PSB antes de convenção

Decisão do PCdoB de retirar a candidatura de Tokarski foi oficializada após uma reunião em Brasília nesta semana

Com o recuo da pré-candidatura de Fábio Tokarski (PCdoB) à Prefeitura de Goiânia em favor do projeto liderado pela deputada federal Adriana Accorsi (PT), o Partido dos Trabalhadores goiano agora direciona seus esforços para consolidar apoio do PSB. O movimento, que estima espelhar a aliança nacional entre o presidente Lula (PT) e o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), tende a ser celebrado antes mesmo do período das convenções partidárias, no fim de julho.  

A decisão do PCdoB de retirar a candidatura de Tokarski foi oficializada após uma reunião em Brasília nesta semana, em que ele, Accorsi, e a presidente nacional da legenda, a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovações, Luciana Santos, discutiram os rumos da campanha. Em comunicado, a sigla afirmou que Tokarski continuará contribuindo ativamente para a construção da pré-campanha de Accorsi.

Embora ainda o martelo ainda não tenha sido batido, as negociações do PT com o PSB estão avançadas. Na semana passada, Accorsi se reuniu em Brasília com os presidentes dos diretórios estadual e metropolitano da sigla, Elias Vaz e Vinícius Cirqueira, respectivamente, no gabinete do presidente nacional do partido, Carlos Siqueira. 

Segundo aliados, a conversa passou pela negociação da vice de Accorsi para disputar a Prefeitura de Goiânia. A demora para o anúncio do casamento entre as siglas decorre das tratativas nacionais para selar a aliança, vista como certa por integrantes de ambos os partidos. 

Por outro lado, essa demora em anunciar o acordo também faz parte de uma estratégia que permite que o PSB e o PT ganhem tempo e espaço político ao adiar a formalização da união. “E eles vão empurrar mais um pouco porque é natural essa estratégia de deixar todo mundo conversando com todo mundo sem bater o martelo”, explicou recentemente ao HOJE um correligionário petista.

Em entrevista a este jornal em abril, o deputado federal Rubens Otoni (PT), coordenador da pré-campanha de Accorsi, disse que o vice “tem de sair do diálogo das lideranças dos partidos políticos, dos segmentos sociais que venham a dar o apoio a nossa pré-candidata”. “O PT já indicou a candidata a prefeita. O vice será indicado por quem venha a dar esse apoio. O diálogo é para trazer apoio. Depois, esse grupo de apoiadores vai no momento certo definir quem melhor representa”, disse ele na ocasião. 

Ainda durante aquela entrevista, Otoni explicou a questão da aliança com o partido de Alckmin. “O PSB, como não é da federação, tem uma autonomia e um tratamento diferente. Nós estamos buscando não apenas o apoio do PSB mas também de outras siglas. A gente não fica divulgando, mas o nosso trabalho está ativo”, comentou. 

A estratégia passa pela adoção do lema da frente ampla, que galvanizou a campanha de Lula à Presidência da República em 2022. A retórica é adotada por Accorsi em  Goiânia. Com esse intuito, ela lançou no início do ano o movimento “Somar por Goiânia”. A petista, que já contava à época com apoio de três siglas à esquerda (PV, PSol e Rede), usa agora a mesma justificativa para tentar atrair o apoio do PSB, uma vez garantida a entrada do PCdoB em seu projeto.

Ao HOJE, Accorsi diz que tem conversado com outros partidos em busca de apoio. Embora não adiante com quais legendas está negociando, ela garante tratar-se de ao menos mais quatro siglas de centro-direita que estão sob a mira do PT em Goiânia. 

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