Estudantes secundaristas de Fortaleza e Região realizam Congresso da UESM

Estudantes de Fortaleza e Região realizam vitorioso congresso, debatendo a defesa da educação pública, celebrando os 20 anos da entidade e elegendo uma nova diretoria, liderada por Beatriz Martins, estudante do IFCE.

Maré Castro | Diretora da UESM


EDUCAÇÃO — No dia 23 de novembro, mais de 60 delegados eleitos em suas respectivas escolas se reuniram no Instituto Federal do Ceará – Campus Fortaleza para participar do Congresso da União dos Estudantes Secundaristas da Região Metropolitana de Fortaleza (UESM), para debater a defesa da educação pública, celebrar os 20 anos de luta da entidade, que esteve incessantemente nas ruas em defesa dos direitos dos estudantes secundaristas, e renovar a sua diretoria.

A abertura contou com a participação de Levi Rabelo, estudante de Jornalismo da UFCA, pela União da Juventude Rebelião (UJR); Catarina Matos, professora da rede estadual, pela Unidade Popular (UP;, Sarah Rodrigues, estudante do IFCE, pela Federação Nacional dos Estudantes em Ensino Técnico (FENET); e Isabella Gandolfi, 1° Vice-Presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES).

Organização e luta é o único caminho para defender a educação

Após a mesa de abertura, estudantes e grêmios apresentaram a situação de suas escolas e debateram a organização coletiva e a luta como resposta para garantir a qualidade da educação. Um exemplo recorrente citado nas falas foi a conquista da gratuidade no transporte, conquistada em 2023 em Fortaleza, e a manifestação de 13 de Agosto de 2024, realizada pela UESM na Secretaria de Educação do Ceará, que conquistou demandas de estudantes de diversas escolas. Ao fim da plenária, foi realizado um ato de filiação de Grêmios à entidade.

Tanto na abertura como nesse segundo momento, as falas também denunciaram os ataques à educação pública e à democracia. Foram abordados problemas como falta de quadras poliesportivas, degradação de banheiros e salas de aula, excesso de calor nas salas, falta de professores e tantos outros. Também foram denunciadas as falsas soluções vendidas pelos mesmos grupos que precarizam a educação pública – como a privatização e a militarização que, longe de melhorar as escolas, mas que somente visam aumentar o controle sobre o que é ensinado e a repressão contra professores e estudantes. Os estudantes exigiram o aumento dos investimentos em educação, principal demanda das escolas e que pode facilmente ser atendida se o povo fosse prioridade no orçamento dos governos, que hoje destinam incontáveis bilhões aos grandes capitalistas que se apoderam do dinheiro público.

Após o almoço e o intervalo com atividades culturais, os estudantes se dividiram em diferentes grupos de debate sobre os temas “Privatização e a Militarização de escolas no Brasil”, “A luta pelo passe-livre irrestrito e o direito à cidade” e “O combate ao assédio e à outras opressões nas escolas”.

A plenária final se debruçou sobre as propostas elaboradas no grupo e as aprovou, por unanimidade, bem como o planejamento da entidade para 2025 e 2026. Os estudantes também elaboraram e aprovaram moções de apoio ao povo e à juventude palestina; em defesa do caráter público da educação; em repúdio às tentativas de privatização e militarização de escolas; pela memória da estudante Sarah Domingues (referência e exemplo de coragem pela sua vida inteira de lutas); e contra a tentativa de Golpe de Estado e pela prisão de Bolsonaro, dos militares e de todos envolvidos na trama.

Nova diretoria promete impulsionar a formação de Grêmios

Por fim, foi eleita por a nova Diretoria da entidade, presidida agora por Beatriz Martins, 19 anos, estudante do IFCE. Grêmios e estudantes de toda Região Metropolitana de Fortaleza ergueram seus crachás e demonstraram disposição e unidade para defender a educação e combater o fascismo, principal inimigo da juventude brasileira hoje. Com muita energia, o plenário e os diretores eleitos entoaram, entre outros gritos: “De norte a sul, de leste a oeste, aqui no Ceará quem toca luta é a UESM!” e “Nenhum passo atrás! Ditadura nunca mais!”.

Em resposta ao Jornal A Verdade, Beatriz afirmou: “Encerramos agora um vitorioso Congresso, fruto de um amplo trabalho de reconstrução da entidade, junto aos estudantes de cada escola, que no último período participaram conosco do Congresso da UBES, organizaram grandes manifestações, conquistaram melhorias para suas escolas e construíram seus grêmios. Esse trabalho, cotidiano, faz com que hoje possamos eleger uma grande diretoria, muito representativa e disposta a continuar esse legado de lutas.”

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