“Respeito à democracia vai vencer em 2026’, diz Elias Vaz sobre futuro do PSB goiano

Bruno Goulart

Por mais que os números das eleições municipais de 2024 tenham refletido as dificuldades do Partido Socialista Brasileiro (PSB) em Goiás, a sigla não recua. Sob a liderança do ex-deputado federal Elias Vaz, o PSB estadual aposta na construção de alianças democráticas visando o pleito de 2026. A legenda, que elegeu três prefeitos e 61 vereadores no último pleito, reconhece o cenário adverso, mas vê no diálogo e na pluralidade política os caminhos para a manutenção de sua relevância no estado.

Em entrevista ao jornal O HOJE, Elias Vaz destacou que embora Goiás apresente uma inclinação mais conservadora, não foi sempre desse jeito. Em Goiânia, por exemplo, o PT comandou a prefeitura por três vezes; o então PMDB (hoje MDB) por duas e o PSDB, por uma. Estes dois últimos, são considerados de centro, mas progressistas. Mesmo assim, o dirigente ressalta que o PSB mantém uma atuação consistente, com presença no legislativo de cidades importantes como Anápolis, Senador Canedo e Aparecida de Goiânia. “Conseguimos eleger muitos vereadores, inclusive o mais votado em Senador Canedo, o que demonstra nossa força”, pontuou. 

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Vaz também observa que o desempenho aquém do esperado na capital — onde o partido não conseguiu eleger nenhum vereador, apesar de ter alcançado votações expressivas — não desanima a sigla. Segundo ele, o foco agora é investir na formação de uma chapa sólida para as eleições gerais de 2026, com nomes competitivos tanto para a Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) quanto para a Câmara dos Deputados.

Segunda maior força da esquerda

O PSB nacional tem se consolidado como a segunda maior força da esquerda no Brasil. Em 2024, elegeu 312 prefeitos, superando, inclusive, o PT, que fez 252. O partido abriga figuras de peso, como o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, o senador goiano Jorge Kajuru e o prefeito de Recife, João Campos, que, ao que parece, deve ser o grande nome da esquerda para os próximos anos. Em Goiás, contudo, o cenário é um pouco diferente do nacional. “Há uma dificuldade natural em um estado de perfil conservador”, explicou.

O presidente estadual do PSB avalia que a mudança no perfil do eleitorado, após décadas de polarização, tende agora a valorizar a democracia e rejeitar discursos extremistas, o que abre uma janela de oportunidade para 2026. Segundo ele, a ideologia não será o fator decisivo nas eleições, mas sim o perfil do candidato que respeite os princípios democráticos, podendo inclusive não ser do espectro de centro-esquerda. Ele elogia o presidente Lula por se aliar a partidos como União Brasil e MDB, o que fortalece a base.

Cenários

Com a aproximação das eleições gerais, o PSB goiano também já avalia os possíveis cenários e alianças. Elias Vaz mencionou a possibilidade do PSB caminhar ao lado do MDB, que deve lançar o vice-governador Daniel Vilela como candidato ao Palácio das Esmeraldas. “Tenho simpatia pelo Daniel. É uma pessoa séria, democrata e que mantém o diálogo aberto com todos os setores. E isso é positivo,” afirmou.

A relação com o PT, aliado natural, também segue no radar. No entanto, Vaz pondera sobre a necessidade de cautela para 2026 ainda que tenha consciência de que o partido de Lula deve lançar candidato ao governo em Goiás.

“Otimismo”

Em tom otimista, o presidente estadual do PSB disse à reportagem que a sigla já está montando sua chapa e dialogando com lideranças locais para lançar candidatos competitivos nas esferas estadual e federal. O objetivo, segundo ele, é eleger, pelo menos, dois deputados estaduais e um federal, ampliando a base da legenda em Goiás.

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