Síndrome de vira-lata: por que o Brasil subestima suas próprias riquezas?

Quem um dia imaginou assistir a uma brasileira no Oscar? Fernanda Torres desembarca em Los Angeles com a missão de levar um pouquinho da brasilidade aos olhos do mundo – e a gente torce mesmo para que o troféu venha. Não pela estatueta em si, mas pelo o que ela representa.

Isso porque é comum admirarmos grandes astros do cinema. E também é comum valorizarmos o que vem “de fora”. Fomos ensinados assim. Desde um produto a um grande artista, o senso de resposta leva a terras internacionais.

Quando alguém te pergunta uma indicação de um bom vinho, o que você recomenda de imediato? E se perguntar sobre queijos? Ou até mesmo a respeito de café?

Talvez as suas respostas passem por diversos países, menos o Brasil.

E se eu te disser que o nosso país possui produtos de extrema qualidade? Tão bem conceituados e reconhecidos que, após um longo processo, receberam um selo por conta da sua notoriedade?

Esses são os produtos de Indicação Geográfica (IG). Verdadeiras riquezas nacionais ainda pouco conhecidas. Talvez você nunca tenha ouvido falar. Ou até tenha escutado algo, mas não reconhece o que essas palavras querem dizer. 

As Indicações Geográficas (IGs) nada mais são do que elementos distintivos, que atuam como ferramentas para diferenciar produtos e serviços originários de uma determinada região que se tornaram reconhecidos/notórios pela própria sociedade.

Sabe quando a gente fala “chocolate de gramado”, “linguiça Blumenau” ou então “vinho da serra gaúcha”? Esses são bons exemplos de produtos que se tornam popularmente conhecidos por estarem conectados com o local de produção.

Por isso afirmamos que o impacto das IGs vai além do simples reconhecimento ou certificação, pois a concessão desse título pode influenciar significativamente o território de origem. Isso ocorre devido à forte conexão entre a produção local e a paisagem cultural, além de envolver aspectos sociais, culturais e humanos.

Dessa forma, a IG pode impulsionar produtos e serviços regionais no mercado, promovendo geração de renda, valorização econômica do produto e reconhecimento tanto nacional quanto internacional.

Para se ter uma ideia, enquanto escrevo este artigo, o Brasil conta com 138 IGs reconhecidas. Só em Santa Catarina existem 10, sendo elas: Maçã Fuji da Região de São Joaquim, Mel de Melato da Bracatinga, Vinhos de Altitude de SC, Vales da Uva Goethe, Banana da Região de Corupá, Linguiça Blumenau, Cachaça de Luiz Alves, Queijo dos Campos de Cima da Serra, Erva Mate do Planalto Norte e Banana de Luiz Alves.

E, apesar de parecer algo “diferente”, as IGs estão diariamente na vida e na mesa dos brasileiros, fortalecendo a cultura advinda dos mesmos, gerando renda aos produtores locais e, principalmente, girando a economia como um todo.

Agora te pergunto: qual produto brasileiro você indicaria como um “produto daqueles”?

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