Quase 1 mil árvores caem em Goiânia devido a fortes chuvas

Nos últimos 75 dias, a Prefeitura de Goiânia registrou a queda de quase mil árvores devido às fortes chuvas. No mesmo período, a Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg), empresa responsável pela remoção dessas árvores em áreas públicas, também recolheu 491 galhos que se desprenderam das árvores durante os temporais.

Para evitar complicações e reduzir o número de quedas durante o período chuvoso, a Companhia intensificou as ações preventivas de poda. O serviço foi reforçado para lidar com os impactos das chuvas intensas esperadas entre janeiro e março.

A operação de remoção ocorre em duas fases. Primeiro, realiza-se a retirada das árvores que obstruem vias e calçadas. Em seguida, a equipe coleta o material desprendido. Nos casos em que galhos entram em contato com a fiação elétrica, a Equatorial é acionada para desativar temporariamente a rede de energia, garantindo a segurança dos trabalhadores.

Atualmente, a empresa enfrenta uma demanda acumulada de 211 processos autorizados pela Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma) para retirada de árvores a serem executadas em 2025. Além disso, há 2.148 pendências da mesma natureza referentes a 2024. Até o momento, a empresa já removeu 149 árvores e está comprometida em regularizar os serviços deixados pela administração anterior.

De acordo com o presidente da Comurg, Cleber Aparecido Silva, o atraso no andamento das solicitações é resultado da falta de recursos enfrentada pela Companhia. “As equipes atuam com recursos limitados, uma vez que seis caminhões com cesto aéreo, destinados às podas e remoções, foram devolvidos pela gestão anterior”, ressaltou Cleber. Ele informou que há um processo licitatório em andamento para locação de veículos.

Como solicitar remoção de árvores

Os pedidos de remoção podem ser feitos pelo WhatsApp: (62) 99855-8555. Além disso, a Companhia realiza a retirada de árvores mortas e secas em canteiros centrais, conforme a Lei do Plano Diretor de Arborização Urbana, sem necessidade de laudo da Amma.

Podas Preventivas em Goiânia

Nos primeiros 45 dias de 2025, a Companhia realizou 23.460 podas de árvores. A iniciativa busca reduzir danos causados por ventos fortes e chuvas intensas. 

A Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma) acompanha árvores que podem causar danos em calçadas, redes elétricas ou representar riscos de queda devido a pragas. 

O Plano Diretor de Arborização Urbana aponta que a capital possui cerca de 950 mil árvores. Desse total, 47 mil necessitam de monitoramento. Elas pertencem a 382 espécies diferentes. As mais comuns são monguba (19%) e sibipiruna (17%). Figueiras, flamboyants e mangueiras também estão presentes, mas não são recomendados para vias públicas por conta do impacto na infraestrutura urbana.

A Prefeitura criou um Gabinete de Crise para lidar com situações de emergência. O grupo iniciou as atividades em 15 de janeiro de 2025, no início da gestão do prefeito Sandro Mabel (UB). 

Fazem parte do gabinete representantes da Guarda Civil Metropolitana, Secretaria de Engenharia de Trânsito, Secretaria de Saúde, Amma, Polícia Militar, Bombeiros Militares, Defesa Civil e Comurg.

O gerente de Arborização e Mudanças Climáticas da Amma, Gabriel Tenaglia, afirma que a prioridade é a segurança da população. Para acelerar as ações, a Comurg passou a autorizar remoções de árvores comprometidas por meio de parecer técnico. Isso reduz burocracias e acelera os processos.

“Se uma árvore precisa ser podada ou retirada, a autorização é imediata. O técnico da Amma elabora um parecer e, depois, é preparado um relatório técnico”, explica Tenaglia.

Em janeiro de 2025, Goiânia registrou um volume de chuvas significativamente acima da média histórica. A estação convencional da cidade contabilizou 466,7 mm de precipitação ao longo do mês, distribuídos em 18 dias de chuva. Este valor representa um aumento de 87% em relação à média climatológica de 1991 a 2020, que é de 249,2 mm. O dia 13 de janeiro foi particularmente marcante, com um acumulado de 135,5 mm em 24 horas, destacando-se como um dos maiores volumes já registrados na cidade nesse intervalo de tempo.

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