Inéditos de Harper Lee, de ‘O Sol É para Todos’, vão sair – 21/03/2025 – Walter Porto


Conhecida por mais de 50 anos como autora de um livro só, o best-seller americano “O Sol É para Todos”, Harper Lee está ampliando seu catálogo inesperadamente quase uma década após sua morte.

Uma coleção de oito contos escritos pela autora —e que se acreditavam perdidos— foram descobertos pelos representantes legais de Lee em seus arquivos e serão publicados nos Estados Unidos em outubro. O volume também vai incluir oito textos de não ficção publicados pela escritora em vida, entre eles um perfil de seu amigo Truman Capote e uma receita de pão de milho, segundo o New York Times.

A Record, que edita a obra de Lee no Brasil, já fechou acordo para publicar o livro durante a Feira de Londres, na semana passada. O título em inglês será “The Land of Sweet Forever”, algo como “a terra do doce para sempre”, nome de um dos contos. A promessa é lançar a versão em português ainda este ano.

“O Sol É para Todos”, romance da autora sobre um advogado branco que se levanta contra o racismo no sul dos Estados Unidos, virou um clássico contemporâneo adotado em escolas de todo canto. Foi resultado da fórmula popular do “romance de formação” —a história é contada pelo ponto de vista de uma criança, a filha do herói Atticus Finch— afinada às reivindicações do movimento pelos direitos civis, fervilhante naquele ano de 1960.

O livro era o único da estante de Lee até ganhar a companhia de “Vá, Coloque um Vigia” em 2015, uma obra-irmã que lidava com os mesmos temas e personagens do original. Isso também vale para as ficções curtas do novo livro, tidas como experimentações literárias escritas antes da publicação de “O Sol É para Todos”.

Lee nunca conseguiu publicar esses contos à época, por isso se acreditava que ela os tinha destruído há muito tempo —o que também reaviva a discussão sobre a ética de publicar obras sem a anuência expressa de seus autores, algo que já maculava a edição de “Vá, Coloque um Vigia”, que críticos apontavam ser mais iniciativa dos agentes de Lee, naquele momento bastante debilitada aos 88 anos, que da própria autora.

IMENSO MONOLITO… O arquiteto Marcelo Ferraz vai lançar em abril a coletânea “Ao Lado de Lina”, compêndio de cerca de 300 páginas com textos e imagens sobre sua parceria com Lina Bo Bardi, concretizada em projetos como o Sesc Pompeia, em São Paulo, e a Casa do Benin, em Salvador. A edição da WMF Martins Fontes tem colaboração da arquiteta Marta Bogéa e do crítico literário Augusto Massi, ambos professores da Universidade de São Paulo —e incluirá também uma entrevista inédita de Lina, concedida ao jornalista Fabio Altman.

…NOSSA ARQUITETURA A mesma casa, aliás, vai botar na praça uma nova edição de “Lina Bo Bardi”, o mais amplo panorama da obra da arquiteta, organizado por Ferraz originalmente em 1993 e apelidado entre os íntimos como “o livrão de Lina”.

REFAZENDA A Filmes de Plástico, produtora mineira responsável por joias como “Marte Um” e o recente “O Dia que te Conheci”, fará sua primeira adaptação de livro. A obra em questão é o romance “Sismógrafo”, obra de estreia do mineiro Leonardo Piana que foi editada pela Macondo e finalista do Jabuti. O livro conta a história do retorno de um jovem homossexual à sua cidadezinha de Andradas, e o filme terá direção de Pedro Gonçalves Ribeiro, também estreante.

PARABOLICAMARÁ A Zahar publica em maio o livro “Pornotopia”, em que o filósofo espanhol Paul B. Preciado analisa a relação entre sexo e tecnologia com base na história da revista Playboy. Segundo ele, a mais famosa revista de nudez feminina e comportamento masculino do mundo forneceu os alicerces para “a transformação da sexualidade em um espetáculo multimídia e do cidadão em consumidor inerte, vigiado e exposto”, um movimento que se acentuou vertiginosamente com a internet.


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