Recursos fortalecem a causa municipalista, mas não resolvem 

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), anuncia, nesta segunda-feira (24), o Cofinanciamento de Assistência Social, modalidade de transferência que permite às prefeituras receber verbas do governo estadual para aplicação em projetos voltados a famílias em situação de vulnerabilidade. O valor estimado é de R$ 38,6 milhões. Como são recursos anunciados para os 246 municípios, a liberação é compreendida como mais um de vários auxílios prestados aos prefeitos goianos que têm sofrido com os bloqueios das emendas parlamentares. No entanto, prefeitos se queixam que os recursos não são suficientes, apesar de ajudarem. 

Em uma entrevista exclusiva ao Jornal O Hoje, o prefeito de Aparecida de Goiânia, Leandro Vilela (MDB), ressalta que o governador tem ajudado muito dentro do que o Estado pode, mas não é um substitutivo das emendas. Ao ser perguntado sobre a possibilidade da liberação das emendas, ele disse: “Sim, espero, é extremamente importante um município com tantas necessidades como Aparecida de Goiânia… e ainda cortar. Realmente, esperamos que isso possa ser revisto e que os municípios não sigam prejudicados, principalmente no caso do nosso município”.  

“O governador tem sido um grande parceiro do município de Aparecida, desde o primeiro momento, ajudando, colaborando em todas as áreas, em tudo aquilo que é possível. Agora, é claro que a substituição das emendas não é possível, ele [Caiado] não pode substituir o recurso da emenda que foi cortada, mas tem nos ajudado aonde o governo pode estender a mão, tem sido um grande colaborador, um grande parceiro de Aparecida”, afirma Leandro Vilela.  

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O presidente da Associação Goiana de Municípios (AGM), que também é prefeito de Hidrolândia, Zé Délio (União), ao ser, também, questionado sobre a possibilidade da liberação das emendas, aponta que a cada mudança que se faz em Brasília, os municípios são prejudicados. No entanto, afirma que “o governo do Estado tem sim dado as mãos aos municípios goianos, fazendo projetos que nem eram da alçada do Estado, mas auxiliando. Como o recapeamento dos municípios, patrulha mecanizada e casa popular. Isso desafoga um pouco os cofres municipais para que a gente consiga fazer diferença com os poucos recursos que ainda restam aos municípios”.  

Se referindo às emendas e a mais um possível corte de receitas que ainda demanda de aprovação do Congresso Nacional, Zé Délio afirmou que: “Nós esperamos que o governo federal se sensibilize a causa municipalista, que saiba, realmente, que o povo vive nos municípios, nas cidades, e que essa demanda seja cada dia mais importante para o governo federal. Por quê? Não adianta fazer favor a população, reduzir impostos, sem pensar que, às vezes, vai prejudicar os municípios. Então, hoje a nossa preocupação é latente e precisamos fazer a diferença em parceria com os três entes federados. Só o que vai deixar de receber, só a título do Imposto de Renda (IR), por exemplo, são R$ 11 bilhões, que em todo o Brasil tende a perder. E quase R$ 400 milhões no estado de Goiás”.  

Leandro Vilela e Zé Délio celebram o gesto do governo de Goiás, de liberar aos municípios R$ 38,6 milhões para as causas sociais. “É um cumprimento legal que outros governos não aconteciam e hoje o governador Ronaldo Caiado e a primeira-dama Gracinha têm a sensibilidade de ajudar os municípios”, diz o presidente da AGM. “Mais uma vez o governador Ronaldo Caiado e a dona Gracinha saindo na frente, contribuindo com os nossos municípios goianos, no caso, o nosso, mas especialmente os mais vulneráveis, com aqueles que realmente precisam do apoio, e da mão estendida do governo”, diz o prefeito de Aparecida de Goiânia.   

Evento  

O cofinanciamento está liberado para o exercício de 2025. O anúncio foi feito pelo governador Ronaldo Caiado, em evento com gestores municipais no Palácio das Esmeraldas, em Goiânia. Objetivo é estimular as ações locais em assistência social, complementando programas já desenvolvidos pelo Estado, como Mães de Goiás e Aluguel Social.   

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