Apesar do assédio de partidos, Caiado não deve deixar o UB

O primeiro dos pré-candidatos e já com data de lançamento da pré-campanha, o governador Ronaldo Caiado (União Brasil) busca fortalecer seu projeto político visando a disputa pela Presidência da República em 2026.

Um dos primeiros desafios – e talvez o principal deles – é Caiado ser um consenso dentro do próprio partido. Uma ala no União Brasil defende que a legenda, que possui três ministérios na Esplanada, siga na base do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e apoie a reeleição do petista no ano que vem. 

Um dos defensores que a sigla mantenha o apoio ao atual governo, o ministro do Turismo, Celso Sabino, já declarou que vê a pré-candidatura do governador de Goiás como “um ato isolado”. “É legítimo Caiado querer pleitear esse posto, mas não vejo essa vontade pessoal dele refletida na vontade do conjunto das lideranças do partido. Vejo isso mais como um ato isolado do Caiado. A ampla maioria defende o apoio ao presidente Lula”.

Diante das divergências internas no União Brasil, surge a questionamento: Caiado deixaria o partido para disputar a eleição por outra legenda? Até o momento, a resposta mais provável é que esse movimento seja improvável.

Um dos motivos é a ligação histórica do chefe do Executivo estadual com as lideranças do antigo Democratas, partido o qual Caiado fez sua carreira política. Desde 1994, o governador não troca de legenda. Era filiado ao PFL, que se tornou Democratas em 2007 e que se fundiu com o PSL em 2021, fundando o União Brasil. São mais de 30 anos caminhando com a mesma cúpula.

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Além disso, os rumores de uma possível debandada do governador circulam em partidos de menor expressão, como Podemos, PRD e Avante. O PP também seria um dos interessados, e nesse caso, se trata de uma sigla de peso no cenário nacional. Porém, o Progressistas, na iminência de se federar com o próprio União Brasil de Caiado, deve sentar nas mesas de grandes negociações políticas no ano que vem, o que é natural para um partido que compõe o alto escalão do Centrão. 

Uma possível saída de Caiado do União Brasil para concorrer ao Planalto por um partido menor representaria uma derrota para o governador – além de, claro, chances reduzidas de sair vencedor da disputa. No cenário regional, dificilmente o governador perderia seu prestígio em Goiás e o partido que conquistasse o passe político do chefe do Executivo goiano aumentaria de tamanho exponencialmente, porém, Caiado já deixou claro que suas ambições são nacionais.

Contudo, o caminho natural é que o governador brigue por sua candidatura a cadeira mais cobiçada do país até o momento mais próximo da eleição e lá, caso não encontre força política suficiente, recue por conta própria. 

Até lá, Caiado continuará com sua saga pelo Brasil, que terá início oficial na próxima sexta-feira, 4 de abril, no lançamento de sua pré-candidatura em Salvador, capital da Bahia. Por lá, receberá o título de cidadão baiano, acompanhado do vice-presidente do União Brasil, ACM Neto, e do correligionário e aliado Bruno Reis, prefeito de Salvador.

Vale ressaltar que o governador irá enfrentar o Tribunal Regional Eleitoral de Goiás (TRE-GO), no próximo dia 8 de abril. Caiado e o prefeito de Goiânia, Sandro Mabel (União Brasil), foram condenados em 1ª instância a 8 anos de inelegibilidade e a cassação da chapa que elegeu Mabel, por abuso de poder político. A ação é movida pelo candidato derrotado no 2° turno das eleições para prefeito de Goiânia, Fred Rodrigues (PL), da coligação Goiânia Acima de Tudo (PL/Novo). (Especial para O Hoje)

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