Trump recebe quatro líderes estrangeiros em duas semanas


O número de líderes estrangeiros visitando o presidente Donald Trump no Salão Oval nas últimas duas semanas excede em muito o início das presidências mais recentes, com exceção apenas de sua primeira administração.

As reuniões até agora não resultaram em grandes anúncios novos, como às vezes é o caso de conversas de nível de líder planejadas com bastante antecedência.

O maior desenvolvimento — o anúncio de Trump de um plano para assumir o controle de Gaza e retirar os palestinos — nem havia sido escrito antes de ele inseri-lo de última hora em seus comentários feitos ao lado do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.

Em vez disso, as sessões parecem refletir a estratégia que líderes passaram a apreciar: quanto mais tempo cara a cara, melhor.

As bandeiras israelense, japonesa e indiana estão todas hasteadas do lado de fora da Blair House, a residência de hóspedes presidenciais, desde que a segunda administração de Trump começou no mês passado, anunciando a presença desses países lá dentro.

Outro visitante, o rei Abdullah II da Jordânia, ficou em outro lugar.

Os quatro visitantes de Trump até agora ultrapassam o início do primeiro mandato do presidente Barack Obama, quando ele esperou até o final de fevereiro para receber seu primeiro líder estrangeiro.

Já George W. Bush recebeu seu homólogo canadense para conversas duas semanas após assumir o cargo, mas esperou para convidar outros líderes até várias semanas depois.

Os visitantes foram limitados no início do mandato do presidente Joe Biden devido às restrições da Covid-19. Ele não recebeu um líder estrangeiro até meados de abril.

Trump, enquanto isso, recebeu seus convidados duas vezes esta semana e duas vezes na última. O presidente americano se manteve com os líderes de aliados dos EUA, em sua maioria fiéis, para suas primeiras reuniões.

O rei Abdullah é há muito tempo o primeiro líder árabe a visitar a Casa Branca quando um novo presidente é eleito, enquanto o primeiro-ministro japonês é geralmente o primeiro convidado da Ásia.

Trump também convidou líderes acusados ​​de tomar medidas para corroer as democracias de seus países, como é o caso de Netanyahu e o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi.

Eles trouxeram presentes, tanto retóricos quanto físicos. Netanyahu, o primeiro visitante estrangeiro de Trump, presenteou-o com um pager banhado a ouro, uma alusão um tanto macabra a uma operação mortal de setembro realizada por Israel no Líbano, que teve como alvo pagers usados ​​por membros do Hezbollah.

O primeiro-ministro Shigeru Ishiba, enquanto isso, ofereceu seu presente na forma de bajulação.

“Fiquei muito animado em ver uma celebridade na televisão”, disse o líder japonês a Trump durante uma entrevista coletiva no East Room.

“Na televisão, ele é assustador e tem uma personalidade muito forte, mas quando o conheci, na verdade, ele foi muito sincero e muito poderoso, e com forte vontade pelos Estados Unidos”, acrescentou.

Trump, que sorriu amplamente enquanto ouvia um tradutor retransmitir os comentários de Ishiba, ofereceu ao seu convidado uma foto autografada.

A pressa para encontrar Trump reflete as tentativas dos líderes mundiais de garantir tempo cara a cara quando ele foi eleito pela primeira vez em 2016.

O primeiro a chegar à Trump Tower foi Shinzo Abe, o primeiro-ministro japonês assassinado em 2022. Ele chegou à casa de Trump em Manhattan com tacos de golfe banhados a ouro como presente. Trump mencionou Abe várias vezes durante a visita de Ishiba, na última semana.

Os japoneses dificilmente foram a única delegação treinada na arte de elogiar Trump.

Modi, que visitou Trump na quinta-feira (13), executou talvez a mais elaborada demonstração de adulação a Trump em 2020, quando lotou um estádio de críquete de 110 mil lugares em Ahmedabad para um comício “Namaste Trump”.

“Pegando emprestado uma expressão da América, nossa visão para uma Índia desenvolvida é tornar a Índia grande novamente: ou MIGA”, disse ele na quinta-feira, enquanto Trump começava a levantar o punho.

“Quando a América e a Índia trabalham juntas, é quando MAGA mais MIGA, torna-se MEGA: uma mega parceria para a prosperidade”, concluiu.

Netanyahu, cujo relacionamento com Trump azedou quatro anos atrás, quando o líder israelense parabenizou Joe Biden por sua vitória, parecia estar recuperando o tempo perdido quando se encontrou com Trump na semana passada.

“Eu já disse isso antes. Vou dizer de novo. Você é o maior amigo que Israel já teve na Casa Branca”

Benjamin Netanyahu, sobre Donald Trump

Mais tarde, quando questionado sobre o acordo de cessar-fogo por reféns negociado durante o governo Biden, Netanyahu atribuiu a responsabilidade exclusiva a Trump para fazer o acordo cruzar a linha de chegada.

O rei Abdullah da Jordânia, cuja reunião na terça-feira (11) foi arepleta de disputas devido ao plano de Trump para Gaza, permitiu que pouco de sua discordância transparecesse. Ele também fez a sugestão de que Trump teria mais sucesso do que seu antecessor.

“Eu realmente acredito que com todos os desafios que temos no Oriente Médio, finalmente vejo uma maneira que poderia nos levar até a linha de chegada para trazer estabilidade, paz e prosperidade para todos nós na região”, afirmou.

Ainda assim, a experiência de Abdullah no Salão Oval demonstrou os limites do tempo presidencial. Para começar, a reunião foi repentinamente aberta para câmeras após ser originalmente listada como “imprensa fechada”.

Com as câmeras ligadas, Abdullah deixou claras suas reservas sobre o plano de Trump de remover mais de um milhão de palestinos e movê-los para “parcelas de terra” na Jordânia. Mas pareceu ter pouco efeito; o presidente só parecia mais convencido de sua ideia quando a reunião terminou.

Isso foi exatamente o oposto do que o líder da Jordânia esperava ouvir. Enfrentando o crescente descontentamento popular entre seu povo, ele estava, sem dúvida, procurando uma posição mais suave de Trump sobre o que, para o rei, agora é um problema existencial.

Um dia depois, Trump divulgou um vídeo, gravado por um funcionário da Casa Branca por trás da mesa presidencial.

“Só quero dizer que vocês têm um rei que é um homem tremendo, ele é um líder, ele tem um coração maravilhoso, ele ama vocês tanto. Vocês têm muita sorte de tê-lo. Deus abençoe todos vocês. Vocês terão uma ótima vida. Vocês têm um ótimo rei.”

Donald Trump, me mensagem gravada ao povo da Jordânia



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